Ceará chega a 100 megawatts de geração distribuída solar fotovoltaica

O Estado do Ceará acaba de atingir a marca história de 100 megawatts (MW) de potência operacional na geração distribuída solar fotovoltaica, com 7.188 mil sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Ceará ocupa atualmente o nono lugar no ranking estadual de geração solar distribuída e lidera a região nordeste com a maior potência instalada solar na modalidade.

Os sistemas fotovoltaicos em operação no estado já estão presentes atualmente em 173 municípios cearenses, o que representa 94% dos municípios do estado. São 9.094 consumidores de energia elétrica que já contam com redução na conta de luz e maior autonomia e segurança elétrica.

Um dos destaques no Ceará é a capital, Fortaleza. Sozinha, ela possui 29,8 MW operacionais e ocupa a terceira posição no ranking municipal de geração distribuída solar fotovoltaica, dentre todos os municípios do País.

Para Jonas Becker, coordenador estadual no Ceará da ABSOLAR, o estado tem assumido um protagonismo cada vez maior no desenvolvimento da fonte solar. “A tecnologia fotovoltaica representa um grande potencial de desenvolvimento sustentável, econômico e social para os cearenses, com geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, comenta.

Geração distribuída fotovoltaica cresce 230% ao ano no Brasil

Desde 2013, a GD (geração distribuída) fotovoltaica cresceu a uma taxa média de 230% ao ano no Brasil, segundo dados divulgados pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

O estudo apontou que em 2019, por exemplo, o país possuía 1 GW de potência instalada de GD. Já em janeiro de 2020, dobrou para 2 GW, e em junho deste ano, alcançou 3 GW.

Uma pesquisa realizada pelo Canal Solar, com base nos dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), mostrou que a GD no Brasil teve uma alta de 77,83% no primeiro semestre de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado.

Ainda segundo o levantamento do Canal Solar, de janeiro a junho de 2019 foram registrados 544.193 kW em potência instalada no país. Já no primeiro semestre deste ano, este número foi de 956.807 kW, uma diferença de 412.614 kW.

Energia fotovoltaica cresce 150% ao ano
Outro dado apontado pela ABSOLAR mostrou que nos últimos sete anos a energia fotovoltaica, tanto em geração centralizada quanto em geração distribuída, cresceu no total uma taxa média de 150% ao ano. Desde 2017, a solar vem dobrando a sua capacidade instalada no país. Passou de 1 GW em 2017 para 2 GW em 2018, 4 GW em 2019 e 6 GW em 2020.

“A energia solar cresce aceleradamente no Brasil porque alivia o orçamento das famílias e empresas ao reduzir a conta de energia em mais de 90%. Sabemos pelo Sebrae que a conta de luz é o segundo maior peso nas despesas das micro e pequenas empresas, ficando atrás apenas da folha salarial. Isso tudo além de contribuir muito ao meio ambiente”, explicou Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho da ABSOLAR.

De acordo com a associação, o Brasil assumiu a 16ª posição no ranking mundial da fonte solar fotovoltaica em 2019, integrando a lista dos 20 países com mais capacidade instalada da fonte em operação – somando geração centralizada e distribuída.

Energia solar em propriedades rurais cresce 120%
A potência instalada de energia solar no meio rural brasileiro mais que dobrou no primeiro semestre de 2020 em comparação com o mesmo período em 2019. É o que apontou um levantamento exclusivo realizado pelo Canal Solar.

Nos primeiros seis meses deste ano, a energia fotovoltaica em propriedades rurais atingiu 142 MW de potência, uma alta de 120% frente aos 63 MW de janeiro a junho do ano passado.

Escolas e CMEIS de Foz do Iguaçu terão sistema de energia solar

Projeto foi aprovado pela Câmara de Vereadores neste final de semana e sancionado pelo prefeito Chico Brasileiro

Quarenta escolas e CMEIS (Centros Municipais de Educação Infantil) de Foz do Iguaçu receberão o Projeto Zero Energy, com a implementação de sistema fotovoltaico, gerando energia mais barata, eficaz e menos prejudicial ao meio ambiente. Somente seis cidades paranaenses foram selecionadas e aderiram ao projeto, desenvolvido pelo Governo do Estado do Paraná, através da COPEL e GBC Brasil (Green Building Council).

O projeto de lei que garante investimentos para a implantação do sistema foi aprovado por unanimidade pela Câmara de Vereadores neste final de semana e sancionado ontem (19) pelo prefeito Chico Brasileiro. Com isso, o Poder Executivo está autorizado a contratar com a Agência de Fomento do Paraná operações de crédito, até o limite de R$ 3,9 milhões. A COPEL, que desenvolve o projeto, entrará com recursos de R$ 6,3 milhões, totalizando um investimento de R$ 10,3 milhões.

“Agradecemos aos vereadores pelo empenho em fazer essas sessões extraordinárias e garantir este importante investimento para a educação de Foz do Iguaçu. Este é um projeto que vem sendo discutido há bastante tempo e agora, com apoio do Legislativo e do Governo do Estado, conseguiremos avançar”, destacou o prefeito Chico Brasileiro.

A energia solar fotovoltaica funciona com painéis solares que captam a luz e geram energia elétrica. Esta eletricidade é levada ao inversor solar, responsável pela conversão do tipo de corrente, de contínua para alternada, e então a energia é distribuída para o local. A economia anual prevista gira em torno de R$ 1,6 milhão.

O programa prevê a inclusão na primeira fase de 180 escolas dos municípios paranaenses no projeto de eficiência energética. Em Foz, foram escolhidas as instituições com maior consumo de energia. A iniciativa contribui para redução dos gastos diretos e indiretos com a energia elétrica e também com objetivo de gerar energia mais limpa e sustentável. O município aguarda a Copel definir o cronograma para instalação do sistema.

Caxias do Sul está entre os 10 municípios do Brasil com maior potência instalada de energia solar

Caxias do Sul está entre os 10 municípios brasileiros – único representante do Sul do país – com maior potência instalada de energia solar, totalizando 973 projetos e 15.879,28 quilowatts (kW) implantados nos segmentos comercial, residencial e de propriedades rurais. Destes 973 em funcionamento, 928 foram instalados nos últimos dos anos. O primeiro lugar é ocupado pelo Rio de Janeiro (RJ).

Os dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), referentes ao mês de julho deste ano. A Sicredi Pioneira RS tem uma parcela expressiva neste crescimento, uma vez que dos 973 projetos de Caxias do Sul, 236 foram financiados pela Linha de Crédito de Energia Solar, disponibilizando cerca de R$ 25 milhões.

“Neste ranking, Caxias do Sul e Uberlândia (MG), a segunda colocada, são os únicos municípios que não são capitais. A cidade gaúcha tem grande potencial para energia solar, devido à quantidade de indústrias, comércio e um interior com forte atuação no agronegócio, todos segmentos consumidores de energia elétrica”, acrescenta Jonas Rauch, gerente de Negócios Estratégicos. O município também ocupa a primeira posição em potência instalada entre as 21 cidades que abrangem a área de ação da cooperativa, que se tornou referência em energia solar, sendo seguido por Novo Hamburgo, com 851 projetos solares e 11.460,26 quilowatts (kW). 

Nem a crise gerada pela pandemia da Covid-19 está freando a expansão da energia solar distribuída no Brasil, que cresceu mais de 90% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, segundo a Aneel. Mesmo com o aumento do consumo pelo fato das pessoas estarem mais tempo dentro de casa, quem já tinha o sistema solar instalado continuou economizando até 95% na conta de energia elétrica. Com boas perspectivas, reforçadas pela grande disponibilidade da luz do Sol no país, a Absolar acredita que a fotovoltaica deve continuar crescendo, alavancar a geração de empregos e ainda contribuir para a retomada da economia no Brasil pós-pandemia. “É importante procurar empresas de confiança no segmento, solicitar orçamento em mais de uma delas, aproveitar a atual legislação que traz muitos benefícios e prevê mudanças em 2021. A economia que vem do céu é para todos”, sinaliza Jonas Rauch.

Brookfield Renewable fecha acordo para adquirir projeto de energia solar no Brasil

A Brookfield Renewable fechou acordo para adquirir um projeto avançado de energia solar de 1.200 megawatts (MW) no Brasil, informou nesta segunda-feira a companhia controlada pelo grupo canadense Brookfield.

Segundo comunicado da empresa, o projeto deve ser concluído em 2023, com o valor sendo estimado em aproximadamente 200 milhões de dólares. A Brookfield Renewable acrescentou que 75% do projeto possui contrato de longo prazo de compras de energia atreladas à inflação.

“Essa aquisição representa uma oportunidade única de investir em um dos maiores projetos de desevolvimento de energia solar do mundo… Esse investimento está alinhado com nossa estratégia de adquirir projetos em estágio final de desenvolvimento a valores atrativos”, disse o presidente-executivo da empresa, Sachin Shah, em nota.

A Brookfield Renewable, que não forneceu mais detalhes sobre a negociação ou sobre o projeto, acrescentou que a transação está sujeita a procedimentos costumeiros de conclusão e deve ser finalizada no quarto trimestre deste ano.

Essa é a segunda aquisição consecutiva da Brookfield em energia solar no Brasil. No final de janeiro, a empresa havia estreado no setor no país com a compra de um conjunto de projetos no Nordeste.

Brasil alcança 6 GW em capacidade de energia solar

Investimentos totais previstos até 2025 ultrapassam R$ 25,8 bilhões apenas no mercado regulado

O Brasil ultrapassou a marca de 6 GW de capacidade instalada em usinas fotovoltaicas, um investimento total estimado em R$ 31 bilhões e 180 mil empregos gerados, informou a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) em comunicado divulgado na segunda-feira, 13 de julho. Os investimentos totais previstos até 2025 referentes aos projetos já contratados em leilões de energia ultrapassam R$ 25,8 bilhões.

No segmento de geração centralizada, o Brasil possui 2,9 GW de potência, equivalente a 1,7% da matriz elétrica do país. Atualmente, as usinas solares de grande porte são a sétima maior fonte de geração do Brasil, com 100 empreendimentos em operação em nove estados brasileiros.

No caso da geração distribuída, são 3,1 GW e mais de R$ 15 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões nacionais. A tecnologia é utilizada atualmente em 99,8% de todas as conexões distribuídas no país.

Em 2019, a fonte foi a mais competitiva entre as fontes renováveis nos dois para contratação de nova capacidade (A-4 e A-6), com preços-médios abaixo dos US$ 21,00/MWh.

Nas crises de 2015 e 2016, o PIB do Brasil foi de -3,8 e -3,6%, respectivamente, mas o setor solar fotovoltaico cresceu mais de 100% ao ano.

“A energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento econômico do país, sobretudo agora para ajudar na recuperação da economia após a pandemia, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”, acrescenta”, disse CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.

Ouro do setor elétrico: energia solar é a que mais gera oportunidades de emprego

O setor gerou cerca de 63 mil empregos em 2019, no Brasil. O SENAI ampliou a oferta de cursos técnicos em energia solar para atender o mercado

Há alguns anos a instalação de placas solares em casa era algo distante da realidade de muitos brasileiros por causa do alto custo. Agora, o Brasil entrou para o grupo de 20 países líderes em energia solar no mundo. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), os sistemas de geração de energia solar, instalados nos telhados de residências e empresas, atingiram 3 GW de potência instalada no país, o que é suficiente para abastecer 1,2 milhão de casas.

A família da jornalista Gabriela Tavares Vale, 23 anos, por exemplo, foi uma das primeiras que resolveu apostar nas placas solares na construção da casa, no Distrito Federal. “Não é barato e, na época, ainda era algo novo, mas meu pai investiu. Direcionamos a conversão da energia captada para o aquecimento de água”, conta Gabriela.

Além da água quente – às vezes, até demais – a geração de energia aliviou o bolso da família. “Tivemos uma redução muito grande na conta. Antigamente, vinha R$ 150 ou 200. Hoje não passa de R$ 100”, relata a brasiliense. O plano, agora, é usar a capacidade de produção em outros equipamentos, como televisão, iluminação e outros eletrodomésticos. “Nos dias de muito sol, captamos bastante energia e poderíamos utilizar para todas essas coisas ao mesmo tempo”, explica Gabriela.

Além de economia, a energia solar também gera empregos

Não são só as casas brasileiras que têm se beneficiado. Além de energia, a tecnologia elétrica solar também gera empregos. De acordo com a associação, em 2019, o setor gerou ao Brasil R$10,7 bilhões em novos investimentos e mais de 63 mil empregos.

Para o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, a energia renovável é um agente transformador que pode reduzir o desemprego.

“Em um país com cerca de 13 milhões de desempregados, a energia solar fotovoltaica é um investimento estratégico para a geração de emprego e renda, inclusive em regiões remotas do Brasil”, avalia.

Quem atua no setor elétrico tem se especializado cada dia mais e buscado por profissionais experientes, já que a tendência é de crescimento do mercado. Por isso, cursos de qualificação nesta área estão em alta. Dos 24 cursos voltados para energias renováveis no Serviço Brasileiro de Aprendizagem Industrial (SENAI), 14 se dedicam à energia solar.

Foi em um deles que o hoje estudante universitário Vinícius Paiva de Araujo, 18 anos, se inscreveu em 2016, quando ainda cursava o ensino médio. “Sempre tive muito interesse pela questão física mesmo de como funciona uma placa solar, o que acontece dentro dela pra gerar energia e como as pessoas podem fazer pra melhorar essa tecnologia”, conta o jovem.

Vinícius concilia o curso técnico de Eletricista de Sistemas Fotovoltaicos, no SENAI/DF, com a faculdade de Estatística, na Universidade de Brasília (UnB). O jovem se interessou tanto pelo assunto que ele pretende trocar a Estatística pela Engenharia Elétrica, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A ideia é se especializar mais para atuar no setor elétrico. “Ainda tem muita coisa pra descobrir e aprimorar nesse mercado de trabalho. Ele ainda é, relativamente, novo e tem espaço para crescer”, afirma o estudante, que conta com o apoio da família.

O SENAI vai ampliar a oferta de cursos voltados para energia solar

De olho na ascensão da profissão, o SENAI vai ampliar a oferta de cursos em energia solar para novos estados, como Mato Grosso, Santa Catarina, Amapá, Amazonas e Piauí. A iniciativa é fruto da parceria com a ABSOLAR, o Ministério de Minas e Energia (MME) e com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em alemão), por meio da iniciativa Profissionais para Energias do Futuro.

Ronaldo Koloszuk explica que a iniciativa conjunta reforça a responsabilidade das instituições parceiras com a capacitação de qualidade e continuada dos profissionais do setor.

“Com o mercado crescendo exponencialmente, existe uma demanda elevada no setor por profissionais capacitados para instalar sistemas em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais, prédios públicos e em usinas de grande porte”, destaca Koloszuk.

Profissionais investem no setor e constroem o próprio negócio

O engenheiro eletricista Leonardo Alves Coelho, 38 anos, se lançou no mercado de energia solar em 2017. Com um sócio, fundou a sua empresa de Energia, especializada em soluções com energias sustentáveis. “Demorou um pouco até eu fechar o primeiro serviço, mas depois deslanchou”, conta Leonardo. Aos poucos, a empresa construiu reputação e uma carteira variada de clientes, desde residências à empresas. De acordo como engenheiro, o investimento feito se paga em até 7 anos e os sistemas têm vida útil de até 25 anos.

Hoje, a empresa conta com três equipes fixas, formadas por profissionais autônomos, que precisam conhecer as exigências de segurança para atuar na empresa. “Fornecemos equipamentos de proteção individual (EPIs), mas o conhecimento das normas é fundamental, nós exigimos os certificados. Na maioria dos serviços é necessário um eletricista formado e alguns auxiliares”, explica o engenheiro. A meta dele é contratar mais colaboradores e expandir a atuação.

Distribuidoras terão dificuldades de competir com pequenas empresas no mercado residencial de geração distribuída, avalia ABSOLAR

As distribuidoras terão dificuldades de competir com integradores no mercado residencial de geração distribuída (GD), avaliam dirigentes da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Representantes do setor apontam que as grandes companhias não têm a mesma agilidade na tomada de decisão e no atendimento ao consumidor das empresas menores e especializadas.

“O setor morria de medo da atuação das grandes distribuidoras na microgeração, mas, recentemente, a CPFL saiu desse mercado. A minha análise é que ela não conseguiu competir com a agilidade do integrador. Vejo isso como uma tendência”, declarou o presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, durante webinar promovido pela Ecori Energia Solar.

Na mesma transmissão, a vice-presidente de geração distribuída da ABSOLAR, Bárbara Rubim, que é fundadora e CEO da consultoria Bright Strategies, apontou que a velocidade na tomada de decisões é muito importante e empresas menores se destacam nesse quesito. “Em grandes grupos, acontece de levar um ano para aprovar um projeto piloto de GD. A tomada de decisão é mais rápida em uma empresa menor, o negócio começa a girar e ganha escala. As distribuidoras perdem muito na velocidade e flexibilidade de atendimento.”

Ela também ressaltou que pesquisas de opinião mostram que um dos principais motivos que atraem os consumidores na possibilidade de gerar a própria energia é justamente se livrar das distribuidoras. “Sem dúvida, a presença de distribuidoras nesse mercado é uma concorrência desleal. Mas o fato dela carregar o mesmo nome não é necessariamente uma vantagem para o consumidor.”

O CEO da Ecori, Leandro Martins, acrescentou que essa concorrência tem maior acirramento em outros países, onde a burocracia é mais simplificada para os atuantes no mercado de geração distribuída. “No Brasil, a distribuidora tem que cumprir uma série de exigências. Aqui, a homologação de sistemas fotovoltaicos é demorada e, muitas vezes, tem que ser refeita.”

“Em outros lugares, aconteceu dessa concorrência prejudicar muitos integradores, mas não acredito que isso ocorra no Brasil, que tem um mercado muito diferente. A burocracia interna das concessionárias também dificulta isso”, assinalou o executivo.

Em maio, a CPFL anunciou a saída do mercado de GD solar para clientes residenciais, pouco mais de três anos após o lançamento da marca Envo. A companhia decidiu focar seus serviços nos grandes consumidores. A decisão foi tomada após a empresa de energia avaliar que há uma grande competição por preços com outras empresas instaladoras de painéis solares.

Capacidade instalada de energia solar cresce para 3,9% no Acre

Subiu de 2,3% para 3,9% a potência de energia solar instalada no Acre, que se mantém, desde janeiro de 2020, como o 26º Estado no ranking da geração de energia solar no país.

Quase o dobro do que era no começo deste ano, o avanço da energia solar mostra que os acreanos estão muito interessados em fontes renováveis e de menor custo. Os dados foram atualizados no último dia 2 de julho.

É possível que esta seja uma tendência proporcionada pela pandemia da Covid-19: “Tendências que ainda estavam em estágios iniciais foram aceleradas e consolidadas nestes primeiros meses de pandemia. Um exemplo são as compras on-line. Segundo dados da consultoria McKinsey & Company, 40% dos consumidores brasileiros estão fazendo mais compras on-line durante a pandemia, mesmo havendo cortes de gastos. Além disso, 35% dos consumidores afirmam que pretendem diminuir idas a lojas físicas mesmo após a pandemia. Outro exemplo é o crescimento da prática de home office: 30% das pessoas afirmam que trabalharão mais de casa após a pandemia, segundo a consultoria Accenture”, relata Leandro Tavares no artigo “Pandemia muda perfil do consumidor, que passa a priorizar a sustentabilidade”, publicado pela Comex do Brasil.

Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a fonte solar fotovoltaica representa 99,8% das instalações de geração distribuída do País, num total de 171 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede e mais de R$ 10 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões nacionais.

A Absolar sempre alerta que, embora siga avançando nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua com um mercado ainda muito pequeno e está aquém de países líderes no setor, como Austrália, China, EUA e Japão, entre outros.

Lideranças políticas do país e do Acre, demonstram que há um consenso suprapartidário sobre a importância estratégica da energia solar fotovoltaica para o desenvolvimento econômico, social e sustentável no país.

Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná mantiveram as primeiras posições no ranking, enquanto Mato Grosso voltou a perder posições e caiu para 11ª posição, perdendo para um velho concorrente, Santa Catarina, que passou para o sétimo lugar.

Uruguaiana encaminha primeira usina de energia solar do Rio Grande do Sul

Empreendimento pretende ocupar uma área de 12 hectares

O município de Uruguaiana deverá contar com a primeira usina de energia solar da história da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Segundo informação publicada pelo Governo do Estado, o primeiro pedido de licença para a instalação de um empreendimento, que vai gerar energia a partir da luz solar, está sob análise da Fepam. 

A transformação de energia solar se destaca como uma das opções mais importantes do ponto de vista ambiental, por tratar-se de uma fonte de energia limpa, renovável e abundante. Sua competitividade vem crescendo em relação a outras fontes de energia e o Rio Grande do Sul oferece condições naturais excelentes para a sua viabilização. Para o diretor do Departamento de Energia da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Eberson Silveira, esse projeto é um marco para o Estado por se tratar da primeira usina solar fotovoltaica.

Segundo Silveira, o Atlas Solar gaúcho aponta que cada kilowatt (kW) instalado de energia fotovoltaica pode produzir cerca de 4,2 kWh de eletricidade. “As microrregiões da Campanha, como é o caso de Uruguaiana, apresentam o maior potencial fotovoltaico do Estado, pois tem as maiores incidências de radiação solar e amplas áreas aptas para a instalação de painéis solares”, explica. O dirigente ainda destaca que o Rio Grande do Sul é o segundo estado brasileiro em capacidade instalada de energia fotovoltaica, o que representa pelo menos 2% da energia elétrica produzida. “No período de janeiro de 2017 até dezembro de 2019, a fotovoltaica registrou um crescimento médio mensal de 10,6% e conta, atualmente, com 416 megawatts (MW) de potência instalada no Estado e investimentos de cerca de R$1,5 bilhão”, explica.

Essa é a primeira vez na história da Fepam, que uma empresa solicita o licenciamento de energia solar. O motivo está relacionado à dimensão da obra, já que o empreendimento pretende ocupar uma área de 12 hectares. De acordo com a chefe do Digen, Rosaura Heurich, o pedido de Licença Prévia ingressou na última sexta-feira e, a partir de agora, toda a documentação passará por um processo de verificação, em que a divisão deve conferir os pré-requisitos solicitados pela Fepam. “Após a primeira análise, emitiremos um parecer técnico identificando se há a necessidade de documentos complementares ou se a Licença Prévia já pode ser emitida”, ressalta. Além da geração de energia limpa, esse tipo de empreendimento movimenta a economia do Estado e deve influenciar positivamente na economia de Uruguaiana.